sábado, 12 de setembro de 2009

Campanha publicitária polêmica da Dove deseduca a população para a preservação de plantas de ecossistemas áridos



Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária,
artigo 36

Não podendo a publicidade ficar alheia às atuais e prementes preocupações de toda a humanidade com os problemas relacionados com a qualidade de vida e a proteção do meio ambiente, serão vigorosamente combatidos os anúncios que direta ou indiretamente estimulem:

a. a poluição do ar, das águas, das matas e dos demais recursos naturais;
b. a poluição do ambiente urbano;
c. a depredação da fauna, da flora e dos demais recursos naturais;
d. a poluição visual dos campos e da cidade;
e. a poluição sonora;
f. o desperdício de recursos naturais.

Estou indignado com um comercial que está sendo veiculado nas emissoras de televisão. A propaganda em questão refere-se a um produto para depilação. Mostra uma mulher arremessando um cactus no lixo. Acredito que essa propaganda é de extremo mau gosto, pois estimula um desrespeito ao meio-ambiente. Primeiramente acho vergonhoso tratar um ser vivo tão maravilhoso quanto um cactus de maneira tão desrespeitosa. Aliás a planta não tem culpa nenhuma das mulheres terem problemas com depilação. Fala-se muito em preservar a Amazônia e esquece-se que outros ecossistemas também merecem ser protegidos. A caatinga (o bioma dos cactus) está sendo destruída e nada está sendo feito a respeito. Os cactus representam a persistência da vida em ambientes inóspitos para a maioria dos organismos. Essa propaganda é tremendamente deseducativa, ainda mais no contexto brasileiro onde não se valoriza as plantas. Sou professor da Universidade Federal do Piauí e na área de Ecologia e trabalho duramente para tentar incutir em meus alunos uma filosofia de convivência harmônica com a natureza. Tenho tentado convencer as pessoas a multiplicar plantas nativas e utilizá-las na arborização urbana e paisagismo. Nesse trabalho os cactus detêm um lugar de destaque, justamente pelo preconceito que sofrem. São plantas maravilhosas e que merecem todo o nosso respeito e admiração. Essa propaganda de maneira fútil e desnecessária estimula o desrespeito à natureza. Em poucos segundos são destruídos anos de trabalho de educação ambiental.
Acredito que essa empresa tem obrigação de corrigir o mal que essa propaganda acarretou.

Link para o comercial do Dove Hair Minimizing:
http://www.dovehairminimising.com.br/campanha/
Link para o /CONAR:
Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária:
http://www.conar.org.br/

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Intervenção nas árvores aumenta riscos de queda

Podas de galhos e cortes de raízes, além de prejudicar a saúde das árvores, as tornam mais susceptíveis a quedas
Foto 1. Todo período chuvoso se multiplicam os chamados, nos Bombeiros, por queda de árvores (Foto: Neysla Rocha - 24/01/2008)


Foto 2. Em muitos casos, a queda de árvores tem gerado prejuízos financeiros (Foto: Estácio Júnior - 23/01/2008)

Além de alagamentos e inundações e deslizamentos, entre as ocorrências mais atendidas pelo Corpo de Bombeiros, no período chuvoso, estão as quedas de árvores. Será que há algo que possa ser feito para prevenir esse tipo de ocorrência? Na opinião do engenheiro agrônomo Antonio Tavares, professor da Universidade Federal de Parnaíba, sim. Mas depende, antes de tudo, de planejamento urbano.
Ele concorda com a necessidade de escolha de plantas nativas, adaptadas às características da região e os cuidados com onde serão plantadas, como a garantia de um espaço permeável maior que aqueles pequenos quadrados e o porte da planta adequado à largura da calçada / canteiro e à existência de tubulação e / ou fiação aérea na área.

Por outro lado, destaca a necessidade de um planejamento urbano mínimo, com calçadas e canteiros centrais mais largos; postes de iluminação baixos, como vêm sendo implantados no Estado do Paraná, em canteiros e praças, permitindo o livre crescimento de árvores, onde elas podem dar sombra, garantindo o conforto térmico tão necessário à nossa região semi-árida. “Caso contrário, teremos praças e canteiros iluminados à noite às custas do sol escaldante ao longo do dia”, afirma.

Na opinião do professor, se, por um lado, a população, em geral, subestima a necessidade de conhecimentos para intervir na arborização da cidade, plantando aleatoriamente sem se preocupar com o crescimento saudável das espécies; por outro, os gestores urbanos não planejam as cidades, projetando calçadas e canteiros estreitos, impermeabilizados, com fiação e tubulações (aéreas e subterrâneas) que não permitem a plantação de mais que arbustos, onde são necessárias (e possíveis) árvores.

“As pessoas parecem ignorar o fato de que as árvores crescem e que têm raiz, pois árvores mutiladas perdem tanto a função de sombrear, quanto a de liberar oxigênio, além de ficarem expostas a doenças”, destaca Tavares.

O professor sugere a necessidade de deixar canteiros centrais de avenidas e parte das calçadas (uma faixa próxima aos muros ou aos meios-fios) permeáveis com grama, permitindo que as raízes sejam devidamente irrigadas e que cresçam da forma desejada.

Agronomicamente falando, ele explica que a poda, em geral, deve ser feita na planta jovem, para conduzir o crescimento, pois eqüivale a uma cirurgia, que expõe a árvore a riscos: “o cupim jamais atravessa a casca de uma árvore. É por meio das partes abertas, com as podas, que doenças, fungos, bactérias e pragas, como cupins penetram na planta saudável. Mas os gestores das cidades, normalmente, pensam ao contrário: porque mudar a largura de calçadas, de canteiros centrais, fiações, tubulações, se posso mudar as árvores?”, questiona.

Ele destaca que — seguindo essa linha de pensamento — é raro encontrar uma árvore não mutilada em Fortaleza. “O pior é que o contribuinte paga para adoecer as árvores da cidade. Já pesquisei nos sites da Prefeitura e descobri que a Emlurb (Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização) realiza uma média de mil podas por mês, o que resulta em dez a 12 mil por ano. Com o custo de R$ 300,00 por árvore grande, teríamos pelo menos R$ 3 milhões ao ano”, avalia.

“Eu votei na prefeita, mas não é por isso que eu não vou condenar essa prática. A pesquisa acadêmica serve para avaliar, sugerir, propor soluções para a melhoria da qualidade de vida. Acho mesmo que deveriam haver diretrizes federais para que houvesse uma qualificação técnica no cuidado com esse setor”, afirma.

PODA ARRISCADA
Raízes garantem estabilidade

A arborização urbana é extremamente benéfica para os habitantes de uma cidade, por vários motivos, que incluem desde o conforto térmico até a amenização das poluições atmosférica e sonora. Esses destaques são feitos pela professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza (Unifor), Fernanda Rocha.

A arquiteta também destaca limitações infra-estruturais para a arborização urbana, sugerindo possibilidades de adequação para realidades já postas, como é o caso de Fortaleza, com calçadas estreitas e muita fiação aérea e tubulações.

Nesses casos, o planejamento pode partir da escolha das espécies, com dimensões que atentem para a interface com outros elementos presentes. “É preciso entender que cada árvore tem sua arquitetura própria antes de escolher. Castanholeiras e ficus adultos, por exemplo, podem ocupar calçadas inteiras, tanto na copa, quanto na raiz”, enfatiza.

Considerando o aspecto da interface, a professora destaca a importância de observação do sistema radicular. “A raiz, para a planta, é como a fundação, para a casa. Se houver interferência, com qualquer sobrecarga ela pode vir a tombar”, explica. Citando o ficus como exemplo, destaca que suas raízes são capazes de ir longe em busca de água, na tubulação e até mesmo em cisternas e caixas d’água.

O diretor do Departamento Técnico de Urbanismo da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), José Wilmar da Silveira Neto, explica que o órgão atende a toda solicitação de serviço da população em via pública e que há muitos pedidos de poda e de corte, que só é realizado mediante laudo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam). Quanto ao plantio, explica que ultimamente tem sido feito planejamento, utilizando mudas nativas da região, cultivadas no Horto Municipal, escolhendo as de pequeno porte para espaços também pequenos, dando preferência a espécies frutíferas, ornamentais e medicinais. Destaca, ainda, que tem sido feita vistoria periódica nas árvores antigas, cobrindo aberturas com cimento e substituindo as que ofereçam risco.

Maristela Crispim
Repórter

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
As raízes do problema da arborização

MARCELO FREIRE MORO
bio_moro@yahoo.com.br
Biólogo, mestrando (Prodema/UFC)

Podar árvores não é algo fácil. Exige conhecimento, técnica e ferramentas adequadas. Além disso, exige avaliação criteriosa, para saber se uma dada árvore realmente precisa ser podada ou não. No geral, uma árvore fica mais saudável sem podas. Mas, por desconhecimento, as pessoas pensam que devem podá-las periodicamente. O que acabam fazendo é prejudicar a saúde e qualidade das árvores. Poda mesmo, seguindo as técnicas adequadas e se baseando em conhecimentos sólidos, parece que a arborização pública de Fortaleza ainda não viu.

É importante ressaltar que podar de modo errado pode enfraquecer a árvore e aumentar o risco de quedas, pois as plantas são vivas, e cortá-las de qualquer jeito acaba deteriorando a saúde do vegetal. E cortar as raízes das árvores, então, exige conhecimentos e cuidados redobrados, pois as raízes sustentam a planta e retirá-las pode fazer a árvore tombar.

Quanto despreparo a Prefeitura de Fortaleza tem demonstrado. Recentemente foram cortadas as raízes de centenas de árvores nas principais avenidas da cidade para executar obras de infra-estrutura. As avenidas Jovita Feitosa e Luciano Carneiro são apenas dois exemplos em que, por longos trechos, todas as árvores tiveram as raízes amputadas. Coloca-se asfalto sobre tudo depois e finge-se que nada aconteceu.

Claro que as obras de infra-estrutura devem ser feitas, mas, necessariamente, devem ser acompanhadas por um profissional qualificado para orientar quanto às intervenções nas raízes das árvores.

A Prefeitura é responsável pelos danos que a queda de árvores gera, mas não leva o assunto a sério. Se levasse, teria equipes capacitadas para lidar com o tema e avaliar tecnicamente. Muitas árvores que caem em Fortaleza não são obras do acaso. As plantas já estão previamente danificadas, seja devido a troncos apodrecidos por podas erradas do passado, seja pelo corte das raízes, colocando a população em risco. Uma bomba relógio foi acionada em Fortaleza, pela própria Prefeitura. Esperemos que ela não venha a explodir.

Fonte: Diário do Nordeste, Fortaleza-CE, 11/02/2009, Caderno de Negócios, Gestão Ambiental

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=614080


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Iluminação rebaixada gera 20% de economia e melhora a luminosidade em 75%


Fotos. Aspecto de rua de Maringá, PR com iluminação rebaixada. Esse sistema de iluminação não gera conflitos com a arborização urbana. A cidade torna-se mais segura e ambientalmente sustentável.
Fonte das fotos:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=535434&page=101

Equipes da Secretaria dos Serviços Públicos trabalham nesta semana em várias vias dos conjuntos residenciais Cidade Alta e Borba Gato, onde está sendo implantado o novo sistema de rebaixamento da iluminação pública.
O programa prevê o investimento de R$ 11,2 milhões, provenientes da Contribuição da Iluminação Pública, para eficientização de 32 mil pontos de luz no município no prazo médio de cinco meses.
Atualmente a cidade é dotada de vinte por cento de iluminação rebaixada e nas vias e praças estão instaladas 46,7 mil lâmpadas, das quais 85 por cento são de vapor de mercúrio e 15 por cento de vapor de sódio. O índice de vandalismo atinge, em média, 15 por cento das instalações.
De acordo com o gerente do setor de iluminação pública, Roberto Orlandini, além de ser pioneira na adoção do sistema de luminárias rebaixadas – ou seja, com duas lâmpadas de vapor de mercúrio instaladas abaixo das copas das árvores para eliminar a luminosidade difusa – Maringá agora terá apenas uma lâmpada de vapor de sódio em cada uma das luminárias rebaixadas e com um só braço retrátil. “Só essa substituição direta de duas lâmpadas de vapor de mercúrio por uma de vapor de sódio trará uma redução de 20 por cento no consumo de energia elétrica, enquanto haverá um ganho médio de 75 por cento no fluxo luminoso”, afirma.
Orlandini explica também que Maringá já possui aproximadamente vinte por cento da iluminação pública rebaixada e que para a ampliação do sistema existente a todos os bairros, praticamente teria de dobrar o número de lâmpadas. “Conseqüentemente o valor do consumo de energia na cidade aumentaria dos atuais R$ 570 mil mensais para aproximadamente R$ 1 milhão mensais”, diz.
Com a utilização do novo sistema de iluminação rebaixada e com apenas uma lâmpada mais eficiente e econômica, o rebaixamento da iluminação pública a todos os bairros será possível sem onerar o gasto com consumo de energia, além de trazer uma redução de R$ 1,8 milhão por ano. “Muito pelo contrário, isso possibilitará uma redução de aproximadamente 26 por cento do valor do consumo de energia, ou seja, uma diminuição de R$ 150 mil mensais de gastos aos cofres públicos, passando o valor da fatura de energia dos atuais R$ 570 mil mensais para R$ 420 mil mensais”, assinala, destacando a possibilidade ainda de melhora significativa na qualidade da iluminação pública.

Diferenças funcionais
Conforme levantamento feito pela Secretaria dos Serviços Públicos, as necessidades principais para substituição do atual pelo novo sistema de iluminação pública estão fundamentadas nos processos de fixação de cada luminária, consumo de energia elétrica, vulnerabilidade contra atos de vandalismo, custo para manutenção, emissão de luz de forma difusa, iluminação prejudicada e acúmulo de sujeira nas partes interna e externa do globo. O valor total de cada conjunto de luminárias convencionais é de R$ 265,00.
Já as novas luminárias rebaixadas têm apenas um braço retrátil, um difusor em policarbonato resistente a atos de vandalismo, sistema de fixação adequado, baixo consumo de energia e grau de proteção do conjunto óptico que garante a preservação da parte interna contra a entrada de sujeira. O valor total de cada luminária retrátil é de R$ 283,00.
“Importante é que essa diferença de R$ 18,00 entre os dois valores de investimento pode ser diluída em dois meses ou até menos pela economia de energia elétrica que será gerada”, observa Orlandini.

Vantagens sociais
Conforme projeção da Secretaria dos Serviços Públicos, a implantação do novo sistema de iluminação pública rebaixada e com luminária retrátil deverá contribuir também para melhorar as condições de segurança pública e a qualidade de vida da população.
Para o setor elétrico a implementação do projeto representará a redução de 2.580,93 KW da carga no horário de ponta do consumo, gerando uma economia de energia elétrica de 11.304,46 MWh por ano.
Para a concessionária a iniciativa vai significar a postergação de investimentos em capacidade instalada, enquanto o município terá diminuídos os gastos com manutenção, devido a instalação de equipamentos anti-vandalismo e de maior vida útil; reduzida a conta de energia elétrica proporcionada pela instalação de lâmpadas, reatores e luminárias mais eficientes; a padronização do sistema de iluminação pública e redução dos ítens de estoque, facilitando o gerenciamento e racionalizando o processo de aquisição de materiais.
A meta da administração municipal é realizar 65 por cento das obras no prazo de cinco meses. “Os recursos já estão garantidos e têm prioridade para início das obras as localidades onde a arborização apresenta ameaça à segurança da população, por terem lâmpadas instaladas sobre as copas das árvores”, finaliza Orlandini.

Fonte: Prefeitura Municipal de Maringá (PR) (01/07/2008)

http://www.maringa.pr.gov.br/imprensa/noticia.php?id_artigo=6642


sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Projeto de Lei que prevê arborização das cidades é aprovado na Câmara dos Deputados

Na última terça-feira, 27 de maio, o Projeto de Lei 2.897/08 de autoria do deputado federal Miguel Martini (PHS-MG), que altera a lei 10.257/2001, que estabelece as diretrizes gerais da política urbana para a arborização das cidades, foi aprovado na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara. De acordo com o Projeto, a política urbana precisa pautar, entre outros aspectos, o controle da degradação ambiental, a preservação e a recuperação do meio ambiente natural e construído incluindo, dentre os patrimônios, o paisagístico. “O plano deverá definir as áreas públicas que servirão ao plantio e à conservação de árvores, além das espécies a serem utilizadas. Pelo menos 20% do total de árvores plantadas devem ser oriundas dos ecossistemas”, ressalta o deputado Miguel Martini.

A matéria tramita em caráter conclusivo pelas comissões, caso a proposta seja aprovada pelo Meio Ambiente, ainda passa pelas Comissões de Desenvolvimento Urbano e pela Constituição e Justiça e de Cidadania.

Proposta obriga cidades a criar planos de arborização


Martini: fator essencial para melhoria da qualidade vida

O Projeto de Lei 2897/08, do deputado Miguel Martini (PHS-MG), modifica o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01) e propõe que os municípios passem a elaborar um Plano de Arborização Urbana para estabelecer normas sobre o plantio e a conservação de árvores nos espaços públicos das cidades.
O plano deve definir as áreas públicas que servirão ao plantio e à conservação de árvores, além das espécies a serem utilizadas, respeitando-se o limite mínimo de 20% do total de árvores plantadas oriundas dos ecossistemas nativos da região. O plano de arborização também deve conter as normas relativas a espaçamento, porte e poda das árvores.
Qualidade de vida
Martini lembra que a arborização é um "fator essencial de melhoria da qualidade da vida urbana e uma necessidade ambiental". Ele lembra que as árvores contribuem para o controle da poluição; melhoria do microclima, por meio do sombreamento e da redução da velocidade do vento; amortecimento de ruídos; redução das enchentes; e conservação da biodiversidade.
"As árvores também têm importante função estética. Projetos paisagísticos planejados em harmonia com o conjunto urbanístico podem amenizar a paisagem e contribuir para a redução do estresse dos habitantes da cidade", disse. O deputado lembra ainda que a arborização urbana pode contribuir para a captura de gás carbônico e redução do efeito estufa.
Parcerias privadas
Segundo o deputado, os governos municipais poderão se associar a empresas privadas interessadas na compensação de emissão de gases-estufa, em projetos de plantio de árvores e formação de bosques urbanos.
Para o deputado, a arborização pode trazer inúmeros benefícios para a paisagem urbana, mas também deve ser objeto de planejamento prévio, que a torne compatível com a implantação dos equipamentos e serviços urbanos, daí a necessidade de que o plano diretor inclua um Plano de Arborização Urbana.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Desenvolvimento Urbano; e Constituição e Justiça e de Cidadania.
Luiz Alves

Fonte: http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=121986

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Falta de planejamento ambiental: nova iluminação pública de Fortaleza inviabiliza a arborização dos canteiros centrais das avenidas

Figura 1. Esse sistema de iluminação é um dos piores inimigos da arborização urbana

Um dos últimos espaços disponíveis para a arborização urbana de Fortaleza está sendo comprometido pela implantação de um novo projeto de iluminação pública. Trata-se dos canteiros centrais das avenidas. Devido à sua altura, as novas luminárias são incompatíveis com a arborização urbana. À medida que as árvores se desenvolvem, os galhos interferem na eficiência da iluminação das ruas. Esse problema é resolvido com podas drásticas que acabam com os benefícios da arborização para a cidade.
A cidade torna-se muito mais quente, diminuindo o uso eficiente da energia devido ao aumento da necessidade de consumo de energia elétrica para refrigeração.
A adoção desse sistema de iluminação é uma das piores tomadas de decisão em termos ambientais que já vi. É impressionante como a prefeitura ignora a importância da arborização urbana na conservação de energia em Fortaleza. Quanto mais desenvolvida a cidade mais valor se dá à arborização urbana. Em Fortaleza ainda são tomadas decisões de terceiro mundo que não levam em conta diretrizes de desenvolvimento sustentável.

Figura 2. O sistema de iluminação incompatível com a arborização está sendo implantado na Avenida dos Expedicionários. Um sulco está sendo cavado no canteiro central para alojar os cabos de energia.

Figura 3. As raízes das árvores estão sendo cortadas para abrir espaço para os cabos. Esses danos às raízes representam um grande risco de queda de árvores no futuro.


Figura 4. Trecho da Avenida dos Expedicionários com a nova iluminação totalmente implementada. Com o crescimento das copas a iluminação será afetada. As árvores terão que ser podadas acarretando em elevados custos para a prefeitura. Um projeto de iluminação rebaixada nas calçadas evitaria todos esses problemas. O canteiro central deveria ser destinado somente à arborização

Figura 5. Trecho final da avenida com árvores jovens. As raízes crescerão por cima dos cabos de energia. No futuro como será feita a manutenção dos cabos?

Figura 6. Os canteiros criaram um problema adicional para a arborização. São excessivamente estreitos e impermeabilizados. As raízes precisam de oxigênio e água para se desenvolverem satisfatoriamente. O aumento da impermeabilização aumenta também os riscos de enchentes.

O maior problema ambiental de Fortaleza: falta de compatibilidade entre iluminação pública e arborização urbana

A falta de planejamento urbano cria muitos conflitos entre a arborização e o restante da estrutura física da cidade. Basicamente esses problemas podem ser classificados em subterrâneos e aéreos. Os conflitos subterrâneos resultam basicamente da incompatibilidade entre as raízes das árvores e calçadas, asfalto e redes subterrâneas de água, esgoto e eletricidade. Esses problemas são causados pela falta de conhecimento do desenvolvimento do sistema radicular das árvores, que pode ser maior que a projeção da copa. Os conflitos aéreos resultam da falta de compatibilidade entre a copa da árvore com a estrutura física aérea da cidade, como redes elétricas, construções, sinais de trânsito e iluminação pública.
Todos esses problemas podem ser resolvidos com planejamento. Deve-se escolher a árvore certa para o local certo. A cidade também deve ter seu desenho planejado para receber árvores. Se esse planejamento não for realizado, a única solução possível é utilizar arvoretas e arbustos de pequeno porte, reduzindo consideravelmente os benefícios ambientais que as árvores proporcionam à cidade.
Acredito que o maior problema ambiental de Fortaleza consiste tanto na falta da arborização urbana, quanto na degradação das poucas árvores restantes. A falta de compatibilidade entre iluminação pública e arborização é a pior causa desse problema, pois gera conflitos entre a copa das árvores e iluminação, levando a podas drásticas que comprometem a saúde das árvores e diminuem a área de fotossíntese. Cria-se um grande problema ambiental que inviabiliza a expansão da arborização urbana da cidade. Essa incompatibilidade ocorre porque a iluminação utilizada fica acima das copas das árvores. À medida que a copa se desenvolve, vai obstruindo a iluminação da rua, que vai ficando mais escura. A solução adotada é podar as árvores para melhorar a iluminação noturna. Durante o dia os benefícios da arborização são anulados, pois as podas acabam com a sombra. Aumentam consideravelmente as "ilhas de calor" na cidade. A redução da biomassa vegetal compromete a retirada de gás carbônico da atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Portanto, agrava-se o aquecimento em escala local e global. Os pedestres são expostos a intensas radiações ultravioleta, produzindo um efeito cumulativo no organismo e contribuindo para aumentar os casos de câncer de pele.
De nada valem discursos sobre desenvolvimento sustentável sem atitudes concretas. O correto seria reduzir a altura da iluminação pública e aumentar a arborização urbana, seguindo o exemplo de algumas cidades densamente arborizadas do estado do Paraná, como por exemplo, Maringá.
Em Fortaleza, com o atual sistema de iluminação, só existem duas alternativas: 1) ter ruas iluminadas durante a noite e escaldantes durante o dia ou 2) ruas sombreadas durante o dia com conforto térmico e escuras de noite com insegurança.
Podemos concluir que o tipo de iluminação utilizado em Fortaleza é anti ecológico e incompatível com o desenvolvimento sustentável da cidade.

Figura 1. Em Fortaleza, a Avenida Jovita Feitosa pode ser considerada um bom exemplo da falta de compatibilidade entre iluminação pública e arborização. Nesse trecho, a arborização está bem desenvolvida, produzindo sombra e conforto térmico.

Figura 2. O mesmo trecho da avenida durante a noite torna-se escuro e inseguro.

Figura 3. Solução inadequada de iluminação pública. Durante o dia podemos observar que as lâmpadas são parcialmete obstruídas pelas copas das árvores.

Figura 4. Durante a noite fica iluminada apenas a parte superior das copas.

Figura 5. O desconforto térmico é intenso nos trechos da Avenida Jovita Feitosa onde a vegetação é pouco desenvolvida. A solução ideal seria remover os postes do canteiro central e instalar iluminação rebaixada nas calçadas que são estreitas e não comportam árvores. O canteiro central deveria ser reservado apenas para a arborização. O resultado seria uma avenida sombreada durante o dia e iluminada durante a noite.

sábado, 2 de agosto de 2008

Luzes melhoram segurança e qualidade de vida na cidade

Ter as ruas do bairro bem iluminadas é um desejo de muitos moradores de Maringá, onde a iluminação pública é deficitária, principalmente em razão da arborização

Mesmo com 47 mil lâmpadas espalhadas em postes e superpostes dispostos nas ruas, avenidas e praças da cidade, a iluminação pública de Maringá é deficitária. À noite, mesmo nas ruas centrais, as luzes não garantem uma luminosidade adequada para manter o bem estar e a segurança da população. O problema não afeta apenas pedestres, mas também os motoristas, motociclistas e ciclistas que precisam trafegar depois do pôr do sol.
A principal causa da deficiência da iluminação pública de Maringá é a arborização das ruas e avenidas que, por sua vez, é um dos maiores orgulhos dos maringaenses. "Se olharmos por cima, vemos que está tudo claro nas copas das árvores, mas nas ruas, avenidas e no passeio público, o nível de luminosidade está abaixo da necessidade", considera o engenheiro eletricista da Copel, Ayrton Pedro Belleze.
A colocação das luminárias nos topos dos postes da rede de energia da Copel não foi erro do passado na implantação da iluminação pública da cidade, mas pode-se dizer que faltou considerar, na fase de planejamento, o fato de que as árvores plantadas no passeio público cresceriam muito e seria preciso conciliar a necessidade da população de ter ruas bem iluminadas com a arborização viária que já havia sido desenhada no projeto original da cidade.
Em inúmeras ruas de bairros mais antigos como a Vila Operária, o centro e as zonas 2, 4 e 5, por exemplo, é mais fácil perceber que, mesmo com várias lâmpadas acesas nos alto dos postes, a sensação de quem transita na via é de o local está escuro. E, de um modo generalizado, é possível afirmar que a escuridão é quase um sinônimo de insegurança.
"Um local bem iluminado diminui as oportunidades de delitos", considera o relações públicas do 4º Batalhão da Polícia Militar, tenente Alexandro Marcolino Gomes. Para ele, a iluminação também contribui para a diminuição do consumo de drogas nas ruas e praças. "A luminosidade favorece porque uma pessoa com a intenção de praticar algum crime vai ser vista com mais facilidade pela população", diz.
O tenente reconheceu que pontos da cidade onde há escuridão oferecem uma "certa dificuldade" para a atuação preventiva do policiamento. "Não que seja um obstáculo para a gente, mas vemos como um problema para a população. A nossa orientação é que se a rua da sua residência está escura e têm acontecido crimes em razão disto, é preciso cobrar da prefeitura para que a iluminação seja consertada e não reclamar que a viatura não está no local."
O presidente do Conselho Municipal de Segurança de Maringá, Everaldo Moreno, acredita que o projeto para o rebaixamento da iluminação pública da cidade, previsto para ser iniciado ainda este ano, deverá colaborar com a questão da segurança. "Vemos que a iluminação pública é uma das áreas que precisam de atenção e investimento da administração pública e, talvez por isso, foi desenvolvido um projeto para o rebaixamento da iluminação no município", considera.
"Sabemos que a iluminação deficiente é apontada como uma das causas que estimulam a violência e que muitos pontos de Maringá onde se observa a prática de delitos, também há um comprometimento da iluminação pública."
Moreno conta que o próprio Conselho recebe reclamações e informações sobre a deficiência da iluminação. "Também percebemos que os próprios bandidos acabam depredando a iluminação para facilitar as ações criminosas", observa.
Segundo o presidente do Conselho, quando da implementação do plano "Tolerância Zero" na cidade de Nova Iorque, em que o rigor da polícia aumentou, uma das ações realizadas pelo Poder Público foi a melhoria da qualidade da iluminação das ruas e espaços públicos.
"Foram estruturadas várias ações como a recuperação do paisagismo, dos equipamentos públicos, das calçadas, a limpeza das pixações, e a iluminação foi inserida dentro deste contexto", lembrou.

Fonte: O Diário do Norte do Paraná, 19/06/2008
(http://www.odiariomaringa.com.br/noticia/194194)

Mandaguari melhora iluminação pública

Luiz de Carvalho
carvalho@odiariomaringa.com.br

A Prefeitura de Mandaguari (a 39 quilômetros de Maringá) iniciou neste mês o projeto de rebaixamento da iluminação pública para melhorar a luminosidade das ruas, já que, apesar de serem colocadas lâmpadas em todos os postes, tanto quem transita no centro da cidade quanto moradores dos bairros reclamavam que o fato de existirem árvores embaixo dos postes deixa as ruas escuras.
O rebaixamento da iluminação é um trabalho que vem sendo feito na maioria das cidades paranaenses e em Mandaguari o prefeito Cylleneo Pessoa Pereira Júnior (PP) considerou que melhorar a luminosidade das ruas e praças é uma questão de segurança pública.
O trabalho contempla principalmente as praças, de onde o público vinha se afastando por causa da escuridão. É o caso da Praça Miquelette, que teve reativadas as lâmpadas dos super-postes e rebaixado o restante da iluminação - na Praça está localizado o Hospital Rural.
Ela é utilizada como caminho por moradores dos bairros próximos, principalmente do Jardim Boa Vista. Jovens que estudam à noite passam pela Praça ao saírem da aula e alegam sentir-se inseguros com a escuridão.
Também as praças da Independência e Tiradentes tiveram a iluminação rebaixada dentro de um projeto de revitalização, executado nos últimos dois meses.
“Elas estão sendo transformadas em centros de convivência para as famílias”, disse o prefeito.
Ele destaca que, além do rebaixamento das luminárias, as praças ganham novos quiosques, piso em pavers, praças de alimentação e academias da terceira idade, que voltarão a atrair as pessoas.
Cylleneo Júnior destaca que de nada adiantará a praça ser bonita e oferecer uma série de atrativos se a iluminação não garantir sensação de segurança aos freqüentadores.
O rebaixamento da iluminação já foi iniciado também nos bairros. Todo o trajeto desde o Jardim Esplanada, passando pelo Conjunto Tancredo Neves, até o final da Amélia Lisboa, conta com a nova iluminação.

Fonte: O Diário do Norte do Paraná, 17/06/2008
http://www.odiariomaringa.com.br/noticia/194051/

Prefeitura vai investir R$ 14 mi no rabaixamento de luminárias

A Prefeitura de Maringá vai investir aproximadamente R$ 14 milhões no rebaixamento de 100% da iluminação pública da área urbana. Em todos os postes, as luminárias serão instaladas a menos de 3 metros do solo, abaixo da copa das árvores, melhorando a luminosidade e proporcionando maior segurança à população.
Para executar o rebaixamento, a Secretaria Municipal de Serviços Públicos dividiu a cidade em quatro setores, devendo cada um ser entregue a uma empresa. Doze instaladoras de Maringá, Foz do Iguaçu, Curitiba, Florianópolis (SC), São Paulo e Belo Horizonte (MG) participam da licitação iniciada ontem no Paço Municipal e que só será concluída quando forem analisados os índices técnicos das empresas pela contabilidade da prefeitura.
O diretor de Serviços Públicos, Vagner Mussio, explicou que o projeto prevê a instalação de cerca de 15 mil luminárias, devendo começar pelos bairros mais afastados. O objetivo é que os trabalhos sejam concluídos 90 dias.
O rebaixamento da iluminação é uma reivindicação antiga da população e chegou a ser iniciada várias vezes. As lâmpadas estão acima das árvores e com isso as ruas ficam escuras, facilitando a ação de marginais”.
De acordo com o diretor, além das luminárias tradicionais, a iluminação já rebaixada será substituída pelo novo modelo. “As novas luminárias terão apenas uma lâmpada, porém proporcionam uma luminosidade bem melhor e economizarão energia elétrica”, garante Mussio.
O gerente de Iluminação Pública da Secretaria de Serviços Urbanos, engenheiro Roberto Orlandini, disse que o rebaixamento será bancado somente pela prefeitura, com recursos oriundos da própria iluminação pública. “É um investimento aparentemente alto, mas muito vantajoso para o município. Além de proporcionar ruas e avenidas melhor iluminadas, ainda proporcionará grande economia”.
Segundo Orlandini, hoje são pagos mensalmente em torno de R$ 560 mil pela energia consumida pela iluminação pública. O sistema que será implantado deverá proporcionar uma economia entre 25% e 30%.

Segurança

De acordo com Mussio, um dos principais objetivos da padronização do sistema de iluminação pública de Maringá é dar mais segurança à população.
A Companhia Metropolitana do 4º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo na cidade, havia encaminhado vários expedientes à prefeitura solicitando a melhoria da iluminação nos bairros e considera que o rebaixamento seja o ideal para coibir a ação de pessoas mal intencionadas.
“A rua, estando iluminada, facilita muita a segurança mútua. Os vizinhos poderão perceber certas ações e chamar a polícia. O simples fato de a rua estar bem iluminada serve para coibir a ação de marginais”, disse o comandante da companhia, capitão Ademar Paschoal.
De acordo com ele, a escuridão é um convite para ações criminosas. A maioria dos assaltos à mão-armada à noite, tentativas de estupro, arrombamentos de casas e carros geralmente acontece em pontos mal iluminados.
“E tem ainda o benefício psicológico que uma boa iluminação pode proporcionar à população. Em ruas claras as pessoas se sentem mais seguras, ao passo que na escuridão o primeiro pensamento que vem é que a qualquer momento surgirá alguém para praticar um assalto ou qualquer outro tipo ação ilícita”.

Fonte: O Diário do Norte do Paraná, 11/02/2008

(http://www.odiariomaringa.com.br/noticia/194051)

Impactos ambientais: uma má gestão da arborização urbana inviabiliza o desenvolvimento sustentável de Fortaleza

Os gestores urbanos de Fortaleza parecem ignorar que toda tomada de decisão resulta em impactos ambientais para a cidade. Devido à baixa nebulosidade durante a maior parte do ano e a proximidade do Equador, Fortaleza apresenta insolação intensa. Apesar disso, as temperaturas são agradáveis sob a copa das árvores. Todo fortalezense reconhece o valor de uma boa sombra. Durante o processo de fotossíntese as árvores absorvem gás carbônico, liberam oxigênio e vapor d`água para a atmosfera. A transpiração das árvores contribui para uma redução da temperatura. É muito bem estudado o fenômeno das "ilhas de calor" que consiste na excessiva elevação da temperatura nos grandes centros urbanos em relação às áreas rurais adjacentes. Essas diferenças de temperatura podem atingir valores superiores a 10°C e contribuem para diminuir consideravelmente a qualidade de vida nos grandes centros urbanos, aumentando muito os custos energéticos com refrigeração. Dentre as causas das ilhas de calor destacam-se o excesso de superfícies que absorvem calor, como asfalto, concreto, áreas impermeabilizadas e as emissões de gases de efeito estufa por motores de veículos e fábricas. Uma das principais maneiras de contrabalançar as ilhas de calor é o incremento da arborização urbana. A vegetação urbana de Fortaleza é tão irrisória que pouco pode contribuir para a melhoria do ambiente térmico da cidade (Figura 1). Comparando-se Fortaleza com a cidade de Maringá (PR) uma das mais belas e mais bem arborizadas do país, verificamos quanto Fortaleza aproxima-se de um deserto (Figuras 2 e 3).
A tendência mundial consiste em adotar modelos de planejamento e gestão urbana que seguem premissas ecológicas. É cada vez mais comum o uso de edifícios bioclimáticos, que são projetados visando um aproveitamento máximo da energia. A vegetação urbana é uma variável cada vez mais importante nesse modelo de sustentabilidade. A cidade não é mais considerada como uma antítese da natureza e sim parte dela.
Em Fortaleza parece que estamos andando na contramão da história. Como a cidade não foi planejada levando em conta a arborização urbana, existem poucos espaços disponíveis para receber árvores, como por exemplo, as praças e canteiros centrais de avenidas.
A falta de planejamento, de integração e de conhecimento técnico dos gestores urbanos ocasiona conflitos entre arborização e outros equipamentos urbanos, como calçadas, tubulações de água e esgoto, redes elétricas e iluminação pública.
O problema ambiental mais grave de Fortaleza consiste tanto na falta de vegetação arbórea, quanto no manejo inadequado das poucas árvores que restam, que consiste em podas abusivas com motosserras que danificam as árvores. Tanto a falta de árvores como o excesso de podas prejudica o sequestro de carbono da atmosfera e contribui para o aquecimento global. A área fotossintética está sendo cada vez mais reduzida na cidade. De nada adianta plantar árvores sem planejamento, pois elas não terão longevidade suficiente para constituírem um eficiente reservatório de carbono. Com a decomposição dos galhos cortados, o carbono volta novamente para a atmosfera. Mais uma vez na contramão da história, podemos verificar que o descaso com a arborização de Fortaleza contribui para o aquecimento global.
A falta de arborização em Fortaleza também pode ser considerada um problema de saúde pública. A sombra das árvores protege as pessoas dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta, evitando a incidência de câncer de pele. Quanto mais vertical estiver o sol, mais intensas serão as radiações.
Esses problemas não ocorrem apenas em Fortaleza. Na maioria das cidades brasileiras ocorre o mesmo. Como moro em Fortaleza, convivo diariamente com a degradação de seu ambiente. Fica então muito mais fácil apontar seus problemas, que infelizmente são semelhantes na maioria das cidades brasileiras. Embora a má gestão da arborização seja recorrente por quase todo o país deveriam ser estabelecidas diretrizes de planejamento urbano estaduais ou até mesmo federais, adaptando-as às condições locais. Os problemas devem ser apontados localmente, permitindo que os cidadãos possam cobrar atitudes dos políticos, evitando assim que se esquivem de sua responsabilidade.
Os problemas da arborização da cidade de Fortaleza não são responsabilidade apenas da administração atual mas vêm de longa data, provenientes da falta de planejamento e conhecimento técnico. São problemas que afetam a todos, independentemente de partido político. Só acho que a atual prefeitura não está aproveitando a oportunidade de inovar e romper com o passado, contribuindo para que a arborização de Fortaleza seja planejada conforme diretrizes ambientalmente sustentáveis. Não consigo conceber uma "Fortaleza Bela" com sua arborização tratada com tanto descaso!

Foto 1. Imagem de satélite de Fortaleza demonstrando a carência de áreas verdes. A cidade é semelhante a um deserto. Árvores com grande projeção de copa poderiam diminuir os efeitos da radiação solar e melhorar o conforto térmico nas grandes avenidas.

Foto 2. Imagem de satélite de Fortaleza (CE) na região da Avenida Bezerra de Menezes. O pouco espaço disponível para a vegetação arbórea de grande porte encontra-se nos canteiros centrais das avenidas. As calçadas são pequenas demais e só comportam árvores de pequeno porte as quais produzem poucos benefícios térmicos.
Foto 3. Imagem de satélite da cidade de Maringá (PR), um modelo de arborização e sustentabilidade que deveria ser adotado em todo o país. Este tipo de configuração espacial da arborização com grandes projeções de copa contribui para a melhoria do ambiente térmico, diminuindo o aquecimento das superfícies e portanto, minimizando o efeito das "ilhas de calor". Os gastos de energia com refrigeração da cidade acabem sendo muito reduzidos.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Agradecimento à TV Diário

Gostaria de agradecer à TV Diário por ter apresentado minha entrevista sobre o acidente da queda da árvore sobre o táxi. A matéria foi veiculada no noticiário Diário na TV ontem as 21:30 hs.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Descaso na arborização urbana de Fortaleza: queda de árvore esmaga táxi na Parquelândia

Aqui temos um típico exemplo de como a arborização pública de Fortaleza é tratada com total descaso e falta de conhecimento técnico. Ontem, no horário do almoço, o táxi do Sr. Nelson foi esmagado pela queda de uma grande árvore na Rua Conselheiro Álvaro de Oliveira, quase na esquina da Avenida Bezerra de Menezes. Por sorte ninguém ficou ferido. O prejuízo ficou por conta do Sr. Nelson, que provavelmente terá que arcar com um longo processo judicial para ser ressarcido pelo poder público. Esse tipo de situação, totalmente evitável, decorre da própria falta de planejamento urbano. Em Fortaleza, como na maior parte do Brasil não existe uma gestão adequada da arborização urbana. Em geral são realizadas podas drásticas que comprometem a saúde das árvores tornando-as mais instáveis e perigosas. As árvores são plantadas sem se levar em conta o seu tamanho na fase adulta. Muitas árvores que atingem grande porte são plantadas muito próximas a calçadas, fundações de casas e pavimento. Ocorrem então duas situações possíveis: 1) As raízes ficam atrofiadas e não se desenvolvem, podendo desviar do obstáculo ou 2) abrem caminho pelo pavimento. Um sistema radicular forte é um fator crítico para manter a estabilidade da árvore contra ventos fortes. A limitação do espaço para as raízes é um grande problema para se criar um ambiente urbano ecologicamente sustentável. Quanto maior o espaço para enraizamento, mais estável a árvore será contra a força dos ventos e menor a sua probabilidade de queda. A estabilidade da árvore depende principalmente de raízes horizontais que chegam atingir distâncias muito maiores que o próprio diâmetro da copa. Um outro grande erro consiste no excesso de pavimento impermeável, que dificulta o suprimento de água, nutrientes e oxigênio para as raízes. Devemos nos lembrar sempre que a árvore é um ser vivo, que realiza fotossíntese, coletando gás carbônico e eliminando gás carbônico pelos estômatos. Necessita tanto de espaço subterrâneo como aéreo.

Figura 1. Danos causados pela queda de grande exemplar de figueira nativa (gênero Ficus) de cerca de doze metros de altura. Além do veículo, um poste telefônico também foi atingido.

Figura 2. A árvore de várias toneladas esmagou o táxi do Sr. Nelson

Figura 3. A árvore não apresenta raízes laterais superficiais que dariam sustentação mecânica contra a queda. Pode-se observar cicatrizes do corte das raízes, provavelmente cortadas durante a preparação do pavimento do estacionamento. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, quase todas as raízes encontram-se a cerca de 60 cm da superfície.

Figura 4. Pode-se observar claramente a desproporção entre parte aérea e sistema radicular. O muro também consiste em obstáculo para o desenvolvimento de uma raiz capaz de sustentar adequadamente o peso da árvore.

Conclusão: O acidente foi causado por total ignorância técnica sobre manejo de arborização, bem como pela falta de planejamento urbano. Com certeza nem a árvore e nem o vento têm culpa do ocorrido. As Ficus nativas podem ser utilizadas em arborização urbana, são árvores bonitas e atrativas para a fauna, além de proporcionar boa sombra. São conhecidas por apresentar um amplo sistema radicular horizontal que pode atingir mais de dez metros de comprimento. Isso implica em certas limitações de espaço para seu plantio, sendo mais adequadas para grandes praças e parques. Não se deve serrar raízes laterais que sustentam a árvore sob o pretexto de construir ou reparar pisos, como no caso desse estacionamento. A cicatrizes de corte de raízes na base do tronco indicam que esse procedimento incorreto foi utilizado. O correto é utilizar pisos permeáveis que permitem aeração e oxigenação da raiz. O muro pode também ter interferido como obstáculo para o crescimento das raízes. Podas drásticas para diminuir o peso da parte aérea não resolveriam o problema, pois a remoção de galhos de grande diâmetro contribuiria para debilitar mais ainda a árvore e criar bolsões de decomposição no tronco, que acabaria por ficar oco e desabar. Este caso deveria servir de alerta para que se invista mais em formação de especialistas em arborização urbana. Além de se plantar a árvore certa no lugar certo é necessário que se planeje o desenho urbano da cidade para receber mais árvores e utilizar técnicas corretas de manejo. Só assim poderemos nos valer dos inúmeros benefícios ambientais proporcionados pela arborização. Acidentes que podem levar a perdas materiais e até de vidas humanas podem ser totalmente evitados. Existe uma extensa literatura sobre planejamento e manejo da arborização urbana disponível em idioma inglês. As técnicas corretas já foram desenvolvidas em outros países, só precisam serem adaptadas e implantadas no Brasil.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Dosagem da quantidade de poda: uma remoção excessiva de galhos irá causar uma degradação progressiva em árvores maduras



Figura. Típico exemplo de poda abusiva. A remoção de um galho de grande diâmetro (aproximadamente 50 cm) causa degradação fitossanitária em uma mangueira adulta (Mangifera indica). Trata-se de uma corrida contra o tempo. A lesão mal começou a cicatrizar e já está sendo invadida por cupins arborícolas do gênero Nasutitermes. A casca protege a árvore do ataque dos cupins. Quanto maior o diâmetro da lesão de poda, maior será o tempo de cicatrização. Enquanto a casca cicatriza, a madeira está exposta ao ataque de cupins e fungos. Não existe nenhuma justificativa para essa poda, pois essa árvore está distante de prédios e da fiação elétrica. A única razão para realizar esta intervenção foi melhorar a iluminação noturna. Portanto, esse tipo de prática é totalmente condenável. A podas são consideradas cirurgias e devem ser evitadas sempre que possível. Foto de Antonio Alves Tavares no campus do Pici da Universidade Federal do Ceará.

Tradução de

Pruning dosage: excessive thinning of mature trees will cause decline

www.rainbowtreecare.com

As práticas tradicionais nem sempre são as melhores

Quanto mais aprendemos sobre as árvores compreendemos que algumas práticas tradicionais são prejudiciais. Este é o caso do desbaste excessivo dos ramos, que em árvores maduras é mais destrutivo do que benéfico.

As árvores são sistemas energéticos.

A madeira da árvore é constituída de células. Essas células transportam, metabolizam, armazenam energia e reagem contra agressões externas. Geralmente, quanto mais energia armazenada, mais saudável será a árvore. Todos os cuidados com as árvores devem maximizar a quantidade de energia armazenada.

Como a remoção excessiva de galhos provoca injúrias em árvores maduras?

Os tecidos vivos necessitam de um suprimento contínuo de alimentos. A árvore fabrica a energia na forma de carboidrato nas regiões clorofiladas, principalmente nas folhas e ramos de menor diâmetro. A poda de tecido vegetal vivo remove parte dessa importante fábrica de alimento. A árvore torna-se fraca e susceptível a patógenos. Se a árvore não conseguir substituir os tecidos produtores de energia ela irá sofrer um declínio. A árvore em declínio utiliza mais energia armazenada do que produz. Esse declínio pode ser verificado como “dieback”, que consiste na morte progressiva dos ponteiros (ramos superiores da árvore). Esse fenômeno pode levar cerca de 3 a 15 anos para ser observado.

UM MITO: as árvores quebram com ventos fortes porque estão com a copa muito densa

As árvores não atuam como velas de barcos em ventos fortes. Os ramos quebram quando eles têm junções enfraquecidas, cavidades degradadas ou devido à uma condição fitossanitária inadequada. Podas inadequados produzem pontos de acesso para decomposição e doenças. Uma remoção inapropriada dos ramos propicia uma maior quebra pelo vento. Isso ocorre devido à uma maior exposição dos ramos remanescentes à força do vento. A perda de tecido vivo saudável corresponde a uma perda de energia armazenada e a um aumento de tecido morto. O tecido morto é mais susceptível ao ataque de organismos decompositores.

UM FATO: as condições inadequadas de solo e não o vento são as piores inimigas da árvore

Os problemas mais sérios enfrentados pelas árvores em ambientes urbanos não são os ventos ou tempestades. Carência de nutrientes, regas, compactação do solo, herbicidas contribuem para que a árvore urbana viva cerca de um quarto da média de vida em relação a uma árvore em ambiente florestal.

Figura. Eixo y (vertical): % de madeira que pode ser removida da árvore por podas. Quanto mais nova for a árvore uma maior porcentagem de tecido vivo pode ser removida pela poda sem prejudicar a árvore. À medida que a árvore vai ficando mais velha aumenta a porcentagem de tecido morto que pode ser removido por intermédio de podas. Em árvores mais velhas muito pouco tecido vivo pode ser removido.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cascas de árvores da caatinga: um grande potencial paisagístico para a arborização urbana

Uma pequena amostra da beleza e diversidade das cascas de árvores na caatinga. Da esquerda para a direita: 1) embiratanha, Pseudobombax marginatum (Bombacaceae); 2) catingueira, Caesalpinia pyramidalis (Leguminosae: Caesalpinioideae); 3) cumaru, Amburana cearensis (Leguminosae: Papilionoideae); 4) gambá ou jurema-branca, Piptadenia sp. (Leguminosae: Mimosoideae); 5) pacotê, Cochlospermum vitifolium (Bixaceae); 6) imburana, Commiphora leptophloeos (Burseraceae); 7) jucá, Caesalpinia ferrea (Leguminosae: Caesalpinioideae); 8) pinhão-bravo, Jatropha sp. (Euphorbiaceae); 9) surucucu, Piptadenia viridiflora (Leguminosae: Mimosoideae); 10) angico, Anadenanthera colubrina (Leguminosae: Mimosoideae); 11) aroeira, Myracrodruon urundeuva (Anacardiaceae); 12) braúna, Schinopsis brasiliensis (Anacardiaceae); 13) maniçoba, Manihot sp. (Euphorbiaceae); 14) marmeleiro-preto, Croton sonderianus (Euphorbiaceae); 15) pau-branco, Auxemma oncocalyx (Boraginaceae); 16) pereiro, Aspidosperma pyrifolium (Apocynaceae). Fotos tiradas por Antonio Alves Tavares no Ceará, municípios de Aiuaba, Maranguape e Pentecoste. Clique na foto para ampliar a imagem.

A palavra caatinga é de origem tupi e significa "floresta branca", devido ao aspecto de vegetação na estação seca. Atualmente fala-se muito em preservar a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, sendo que o valor ecológico da caatinga ainda é quase que totalmente ignorado. Cada bioma possui uma biodiversidade característica. Portanto, é muito importante que sejam preservadas porções significativas de todos os ecossistemas. Existem muitas espécies de animais e plantas que só ocorrem na caatinga. Em minhas viagens pelo sertão do Ceará fiquei muito impressionado com a beleza das árvores da caatinga. A maioria dessas fotos foram tiradas em plena seca, que no Ceará estende-se aproximadamente de julho a janeiro. Durante esse período, salvo raras excessões, as árvores encontram-se em repouso vegetativo. Com a ausência de folhas, destacam-se muito a variedade de cores e de padrões de cascas de árvores. Descobri com espanto que a "floresta branca" não é totalmente branca! Bons paisagistas saberiam valorizar os atributos ornamentais dessas árvores, ordenando-as de uma maneira artística no ambiente urbano. Infelizmente é muito alta a percentagem de árvores exóticas utilizadas na arborização urbana em nosso país. O brasileiro ainda não aprendeu a valorizar o que tem. Existe uma grande repetição das mesmas espécies em muitas capitais brasileiras. Não é interessante uma arborização totalmente padronizada em todas as cidades, no estilo "Mac Donalds". É impressionante também a falta de arborização nas cidades do interior cearense. A diversidade e variação regional da arborização com espécies típicas dos ecossistemas originais conferem um atrativo adicional para as cidades. A utilização de árvores da caatinga em praças e ruas das cidades teria um grande efeito educativo, contribuindo para preservar a identidade cultural de cada povo. Para preservar é necessário gostar. As pessoas só vão valorizar a caatinga quando conhecerem as suas verdadeiras qualidades estéticas e ecológicas.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Árvores do Tavares?

Segundo o Mahatma Ghandi, o grau de civilização de um povo pode ser medido pela forma com que os animais são tratados. E as árvores? Elas não merecem nosso respeito? Foram durante milênios consideradas símbolos da vida, da imortalidade e do conhecimento. Em muitas religiões eram consideradas sagradas. As árvores urbanas estão abandonadas e decidi adotá-las, daí o nome Árvores do Tavares. Aqui as árvores tem voz. Resolvi criar este blog porque me cansei de ver árvores serem mutiladas por podas. Parece que a grande maioria das pessoas sequer percebe o que está ocorrendo. Não fiz um levantamento sobre isso, mas acredito que se você entrevistasse dez pessoas, nove achariam errado cortar as árvores da cidade. Provavelmente, nove em cada dez pessoas achariam que as podas, ao contrário dos cortes, são positivas. Acreditam que as podas são revigorantes para as árvores ou que oferecerão mais segurança, evitando a criminalidade. Pensam que as podas são um tipo de "corte de cabelo". Existem muitos mitos que precisam ser revistos. Falta acima de tudo conhecimento técnico e científico, além de sensibilidade, cultura e refinamento. Não consigo entender como que tantas pessoas não percebem como a beleza das árvores é importante para nós. Todas as árvores, sobretudo as antigas são um patrimônio das cidades, como são os prédios históricos e os monumentos. Destruir a copa de uma árvore antiga com uma poda drástica é para mim é mesma coisa que decaptar uma estátua de mármore. Como deveríamos cuidar da arborização urbana? Existem dois problemas básicos. O primeiro é a falta de vegetação nas cidades, o que leva a inúmeros prejuízos ambientais. O segundo é a falta de cuidado com o pouco que resta. Antes não se fizesse nada. Pois o que se faz é totalmente errado. A poda é um assunto altamente técnico. É muito pior podar errado do que não podar. Aos poucos a vegetação urbana está sendo destruída. Tudo me parece um plano maquiavélico. Destruir a vegetação da cidade sem precisar cortar nenhuma árvore! Como é que que alguem pode destruir tantas árvores e não ser acusado de crime ambiental? De nada adianta plantar novas árvores, pois sem um manejo correto sua longevidade e sobrevivência estarão comprometidas. Trata-se de um desperdício enorme de dinheiro. Quem paga a conta é o contribuinte. Meus sentimentos são de total indignação. Os responsáveis pela gestão da arborização urbana desconhecem que cada decisão de manejo tem um custo ambiental que pode ser alto demais para pagarmos. Falta total planejamento. Eu acho que essa questão é excessivamente complexa para ser decidida em nivel municipal. Deveriam haver diretrizes federais básicas que fossem adaptadas a cada realidade regional. Os "irresponsáveis técnicos" desconhecem a fisiologia das árvores e ignoram totalmente os prejuízos ambientais de uma má gestão da arborização urbana. O assunto é multidisciplinar e constitui uma variável importante na complexa equação do planejamento urbano. É inconcebível tolerarmos que em pleno século XXI que as cidades não sejam planejadas de uma maneira sustentável. Enquanto resolvermos nossos problemas de uma maneira subdesenvolvida, seremos sempre subdesenvolvidos. Segundo Albert Einstein não é possível resolver um problema com o mesmo nível de pensamento que criou esse problema!